quinta-feira, 11 de julho de 2013

Países latino-americanos preparam declaração em repúdio a espionagem

  • Chanceleres do Mercosul se reúnem nesta quinta para definir os termos do documento contra vigilância dos EUA
  • Presidente mexicano disse que, se forem comprovadas, denúncias são totalmente inaceitáveis


  • Fonte: O Globo


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O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ao lado do ministro da Defesa, Celso Amorim, durante audiência pública sobre denúncias de rede de espionagem dos EUA
Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo
    O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ao lado do ministro da Defesa, Celso Amorim, durante audiência pública sobre denúncias de rede de espionagem dos EUAGIVALDO BARBOSA / AGÊNCIA O GLOBO

  • BRASÍLIA - Os presidentes latino-americanos preparam para esta sexta-feira a formalização de um documento no qual repudiam o monitoramento, pelos Estados Unidos, de dados na internet e telefonemas de cidadãos da América Latina. A ideia é que a declaração apresente a preocupação com as denúncias de espionagem na região, feitas pelo o GLOBO com base nos documentos vazados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, a gravidade que elas representam e o fato de serem inaceitáveis. Além do Brasil, Colômbia, México, Chile, Equador e Argentina se manifestaram sobre o assunto, condenando o monitoramento externo de informações de cidadãos.

    O tema será abordado na Cúpula do Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai, nesta quinta-feira e na sexta. Mas antes, os chanceleres do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela) - o Paraguai está suspenso temporariamente - e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) se reúnem para definir os termos do documento.
    O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ressaltou que o tom do documento será coerente com as premissas da política externa brasileira. Ao ser perguntado se o governo do Brasil pretende elevar as críticas e reações aos Estados Unidos, como fizeram alguns países da região, o chanceler disse que os brasileiros têm uma posição bem definida.
    - O Brasil ouve (os demais países), mas não costuma seguir. O Brasil formula suas próprias posições de acordo com os interesses nacionais e com a política externa brasileira - destacou.

    Durante uma visita ao norte do México, nesta quarta-feira, o presidente mexicano, Enrique Pena Nieto, disse que se forem comprovadas, as denúncias são totalmente inaceitáveis. Na quarta-feira, Colômbia e Chile também pediram explicações aos EUA por espionagem. Brasil, Argentina, Peru e Equador já haviam se pronunciado sobre a denúncia.
    - Nós pedimos muito claramente uma explicação do governo americano, através do Ministério das Relações Exteriores - disse a jornalistas no estado fronteiriço de Chihuahua. - Queremos saber se isso é verdade e, ser for, é totalmente inaceitável.

    Na Cúpula do Mercosul, também serão discutidos outros temas polêmicos envolvendo os parceiros latino-americanos. Está em pauta a moção de apoio ao presidente da Bolívia, Evo Morales. Ele teve o avião proibido de sobrevoar e aterrissar na França, em Portugal, na Itália e na Espanha, quando voltava da Rússia. A proibição, segundo as autoridades bolivianas, foi causada pela desconfiança dos europeus de que o fugitivo americano Edward Snowden, que prestava serviços para a Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, estivesse na aeronave presidencial. Snowden revelou que cidadãos brasileiros foram monitorados pelos Estados Unidos.

    A exemplo dos representantes do Mercosul, em Cochabamba (Bolívia), na semana passada, e da Organização dos Estados Americanos (OEA), os presidentes deverão aprovar uma declaração exigindo explicações e desculpas a Morales pelos quatro europeus.

  • Manifestantes bloqueiam dois pontos da BR-153 na Grande Goiânia

    Grupos atearam fogo em pneus em trechos na capital e em Aparecida.Pelo menos duas rodovias foram interditadas no interior de Goiás.

    Fonte: G1

    Manifestantes bloqueiam dois pontos da BR-153 na Grande Goiânia (Foto: Rodrigo Mansil/TV Anhanguera)Integrantes do MST bloqueiam BR-153, na saída para Anápolis (Foto: Rodrigo Mansil/TV Anhanguera)
    Manifestantes bloqueiam a BR-153 em dois pontos na Grande Goiânia, na manhã desta quinta-feira (11). Um grupo ainda não identificado colocou pneus na pista e ateou fogo na região do Setor Vale dos Sonhos, no sentido Anápolis. Já em Aparecida de Goiânia, o trânsito ficou parcialmente fechado na altura do Setor Jardim Paraíso, no sentido Goiânia.
    Também há protesto na BR-364, em Jataí, no trevo que dá acesso à cidade de Serranópolis, no sudoeste de Goiás. De acordo com a PRF, manifestantes queimaram pneus na pista, bloqueado a passagem de veículos. Não há informações sobre as reivindicações do grupo.No Setor Vale dos Sonhos, cerca de 50 integrantes do Movimento Sem Terra (MST) iniciaram um protesto por volta de 7h. Eles atearam fogo em pneus e bloquearam os dois sentidos da pista, que liga Goiânia a Anápolis. O trânsito ficou completamente parado no local e houve congestionamento. Por volta das 8h30, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) conseguiu liberar a via.

    Segundo a PRF, o bloqueio em Aparecida de Goiânia ocorreu entre 6h30 e 7h. Policiais militares liberaram um via lateral e retiraram os pneus que fechava duas das três pistas da rodovia. Houve cerca de 2 quilômetros de congestionamento, mas o trânsito está liberado.

    Interior
    No início da manhã, manifestantes atearam fogo em pneus e bloquearam os dois sentidos da BR-050, em Catalão, no sudeste goiano. Segundo a PRF, o protesto acontece na região das indústrias do município. Eles reivindicam questões trabalhistas.
    Rodrigo Mansil/TV Anhanguera (Foto: Paula Resende/G1)Grupo ainda não identificado bloqueou trecho em Aparecida de Goiânia (Foto: Paula Resende/G1)

    Trabalhadores rurais bloqueiam rodovias no interior de Alagoas

    Mobilização faz parte da jornada nacional de luta.Segundo a PRF, sete vias foram bloqueadas no estado.

    Fonte: G1

    Trabalhadores rurais bloqueiam rodovia BR-104, em Maceió. (Foto: Arquivo pessoal/ Gusthavo Leite)Trabalhadores rurais bloqueiam rodovia BR-104,
    em Maceió. (Foto: Arquivo pessoal/ Gusthavo Leite)
    Trabalhadores rurais bloqueiam rodovias federais de Alagoas na manhã desta quinta-feira (11). A mobilização faz parte da jornada nacional de luta, que reivindica mais celeridade no processo de reforma agrária. Eles também cobram melhorias na educação, saúde, segurança, infraestrutura e políticas públicas para o campo.
    De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram bloqueadas as rodovias BR-101 em Flexeiras e Joaquim Gomes e Novo Lino, além da BR-104, em Rio Largo, próximo ao Aeroporto Zumbi dos Palmares, e Murici; da BR-423, em Delmiro Gouveia, no Sertão, e da AL-101 em Maragogi, no Litroal Norte. A mobilização tem adesão do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) e Comissão Pastoral da Terra (CPT).
    Os movimentos informaram que a previsão é de que sejam bloqueadas também rodovias em Murici, União dos Palmares, Novo Lino, Atalaia, Porto Calvo, Maragogi, Arapiraca, Girau do Ponciano, Olho d’Água do Casado e Olho d’água das Flores, além de algumas cidades do baixo e médio São Francisco.
    “Agindo assim, o governo estará causando as arbitrariedades e as barbaridades provocadas pelo latifúndio. Não havendo garantias na lei, os fazendeiros se acham no direito de mandar os seus pistoleiros para intimidar os trabalhadores e desta forma fazer prevalecer o coronelismo açucareiro”, ressaltou Oliveira.
    De acordo com Josival Oliveira, dirigente nacional do MLST, a intenção do governo federal é engessar as políticas públicas destinadas para o campo, levando desta forma os programas assistencialistas oferecidos aos trabalhadores da cidade, para os agricultores.
    Alerta
    A Polícia Rodoviária Federal (PRF) encaminhou à imprensa um comunicado na tarde de quarta-feira (10) alertando a população sobre possíveis bloqueios nas rodoviais federais.
    Segundo a PRF em Alagoas, no estado podem ocorrer protestos com bloqueio de vias nas imediações dos municípios de Novo Lino, na BR 101; em Delmiro Gouveia, BR 423; e em Porto Real do Colégio, BR 101, além do trecho da ponte que corta o Rio São Francisco, na divisa de Alagoas com o estado de Sergipe.

    A PRF ainda solicitou que a população contribua com informações para evitar maiores transtornos nas rodovias. “Contamos com a colaboração da população no repasse de informações sobre possíveis interdições, a fim de proporcionar uma resolução mais eficaz ao problema. As informações devem ser repassadas para a Central de Informações Operacionais da PRF pelos telefones 2122-1391 ou 191 ou pelas redes sociais através do Twitter ou Facebook - PRF ALAGOAS”.

    Governo federal quer desobstruir rodovias bloqueadas por protestos

    PRF buscará, primeiro, desobstrução por diálogo, segundo ministro.Para Cardozo, manifestações não podem impedir direito de ir e vir.

    Fonte: G1

    O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou por telefone que o governo federal vai tentar desbloquear rodovias federais interditadas por manifestantes na manhã desta quinta-feira (11). Segundo Cardozo, a Polícia Rodoviária Federal buscará a desobstrução "pelo diálogo" e, depois, "a força policial vai conseguindo a desobstrução pelas vias legais".
    Segundo Cardozo, o governo reconhece a liberdade de manifestação, mas não concorda com o impedimento de "ir e vir das pessoas". Por volta das 11h30, manifestações atingiram ao menos 40 rodovias em 14 estados
    De acordo com Cardozo, "os policiais vão tentar mostrar aos líderes que não é assim que se faz manifestação"."O governo, embora reconheça a liberdade de manifestações, não pode concordar com o fechamento de estradas. O fechamento das estradas afeta o direito de ir e vir dos cidadãos, por esta razão, embora reconheçamos as manifestações, nós não concordamos com o fechamento das estradas e a Polícia Rodoviária Federal buscará atuar para desobstruir as estradas para garantir o direito de ir e vir", afirmou o ministro.
    "A atuação da polícia federal é sempre o mesmo padrão. Nós buscamos a desobstrução dialogando, pedindo que as pessoas desobstruam. Esperamos contar sempre com o entendimento das lideranças para desobstruir as estradas. Obviamente, aí, depois, a força policial vai conseguindo fazer a desobstrução dentro das vias legais", completou.
    Cardozo também afirmou que a obstrução de rodovias atrapalha “a economia do país” e a “circulação”.