A produção de cana-de-açúcar e etanol da região mineira da
Sudene teve quebra de safra entre 30% e 40% em virtude da seca, informa a
Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig). Os
produtores das cidades com usinas de álcool – Jaíba, Nanuque e Serra dos
Aimorés – passam pelos mesmos problemas climáticos do Nordeste, mas ficaram de
fora da Medida Provisória 615, que concede benefícios ao setor sucroalcooleiro
e prevê ressarcimento financeiro aos plantadores de cana daquela região do
país. A MP foi aprovada na quarta-feira no plenário do Senado, sem qualquer
alteração no texto que já havia passado pela Câmara dos Deputados.
“Entendemos que os municípios mineiros da área da Sudene são
muito parecidos em termos de clima e questões sociais com o Nordeste. Por isso,
deveriam receber também o subsídio”, afirmou Mário Campos, secretário-executivo
da Siamig. Ele ressalta que a região já chegou a produzir mais de 240 milhões
de litros de álcool ao ano e o volume foi reduzido para 160 milhões de litros
na safra 2011. “Infelizmente Minas Gerais foi novamente prejudicado. Se não
choveu no Nordeste, também não choveu na região da Sudene”, explica Campos.
Cada usina, diz, emprega entre 800 e mil pessoas e é muito importante para as
cidades onde atuam. A MP concede a produtores de cana e de etanol pagamento de
subvenção econômica da safra 2011/2012; inseção da alíquota de PIS e Cofins e
financiamento com juros subsidiados para renovação e implantação de canaviais.
O senador Aécio Neves (PSDB) classificou de “inconcebível,
inexplicável e injustificável” a exclusão dos municípios da área mineira da
Sudene da MP 615. “É absolutamente justa a medida, realmente precisávamos
atender os nordestinos e defendemos essa proposta, mas é inconcebível que a
região mineira da Sudene, onde existem cerca de 70 mil plantadores de cana,
esteja de fora. Nós estamos falando apenas dos pequenos, quase plantadores
familiares, que estão fora dessa MP”, argumentou o senador mineiro, que afirmou
ter apresentado uma emenda corrigindo a medida, mas que foi derrotada por seus
colegas de plenário.
Dessa forma, não receberão qualquer tipo de benefício os
municípios do Vale do Jequitinhonha e Mucuri e uma parcela do Norte do Espírito
Santo. Na avaliação de Aécio, a articulação dos senadores da base aliada para
impedir a aprovação da emenda é uma “demonstração clara da insensibilidade
deste governo com os interesses de Minas Gerais”, concluiu Aécio Neves.
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