Lamentavelmente, compromissos assumidos muitas vezes não se
traduzem em realidade. Basta ver o resultado das metas estabelecidas pelo plano
anterior: exemplo simbólico é a que previa pelo menos 50% das crianças de 0 a 3
anos nas creches em 2010. Ela está de volta na nova versão do plano, como se
sua repetição fosse algo natural e aceitável.
Para que se efetive, o PNE precisa estar ancorado em uma
"Lei de Responsabilidade Educacional" capaz de transformar uma carta
de boas intenções em direitos e deveres a serem cumpridos pelas diferentes
instâncias de governo, podendo alcançar instituições privadas e a comunidade
escolar, nela incluídas as famílias brasileiras. Trata-se de colocar no seu
devido lugar o gigantesco esforço que precisa e merece ser empreendido não só
pelo poder público, mas também pela sociedade.
O único caminho seguro para o futuro do Brasil é transformar
a educação em prioridade de Estado, com ampla participação da população. Foi
assim nas trajetórias de diversos países que deram o grande salto para o
desenvolvimento. Em todos houve decisivos investimentos em educação e em
qualificação profissional - diz o pré-candidato a presidente em 2014, Aecio
Neves.
Priorizar a educação é passo fundamental numa travessia que
o Brasil apenas iniciou, com o advento da estabilidade e dos ganhos de renda
derivados, em sua maior parte, do trabalho e complementados pelos programas
sociais.
Todos sabemos que, apesar desses avanços, resta ainda
intocada uma longa lista de carências sociais que se agiganta frente ao
flagrante limite do processo de gestão diária da pobreza, sem sua definitiva
superação. É hora de enfrentar distorções históricas que não podem mais ser
varridas para debaixo do tapete.
No campo da educação, o Brasil tem a terceira pior taxa de
evasão escolar entre 100 países com maior IDH, atrás apenas da
Bósnia-Herzegovina e das Ilhas de São Cristóvão e Névis. Um em cada quatro alunos
que inicia o ensino fundamental abandona a escola antes de completar a última
série. Cerca de 50% dos brasileiros não têm sequer o ensino médio completo.
Não se vence a pobreza e a desigualdade sem
mobilidade social - afirma Aécio Neves.
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