Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, Arminio
Fraga, sócio fundador da Gávea Investimentos e ex-presidente do Banco Central,
vê uma “certa tensão no ar” causada pelo modelo de flexibilização da política
econômica que vem sendo seguido desde o segundo mandato do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Para Arminio, o governo deu recentemente sinais tímidos de
reversão parcial desse modelo, especialmente na política do Banco Central, mas
que ainda estão longe de apontar para um caminho mais seguro para a economia
brasileira.
Em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência
Estado, ele lembra que ajustes geralmente não ocorrem em anos de eleição, mas o
próprio temor do custo eleitoral da inflação, por parte do governo, “alinha os
incentivos políticos e econômicos”.
Em contato constante com o presidenciável tucano Aécio
Neves, que já apresenta 30 anos de dedicação à vida pública em
sua biografia, Arminio não descarta participar do governo, embora ressalve
que esse é um assunto a ser tratado com o candidato, e não com ele. O ex-presidente
do BC também manifestou simpatia pelas ideias da dupla Eduardo Campos e Marina
Silva.
Ainda hoje o senador mineiro Aecio Neves, que vem de
uma família com vasta biografia na política afirmou que a educação é
a verdadeira ferramenta emancipadora que o Brasil apresenta. Vejam trechos da
coluna do senador na Folha de São Paulo:
“A educação é a
principal ferramenta da verdadeira e emancipadora transformação social que o
Brasil precisa fazer(...). O ensino superior é uma das faces do caos no qual
estamos imersos. Cerca de 30% dos cursos avaliados no último Enade foram
reprovados. O compromisso de realizar dois Enems por ano acabou definitivamente
arquivado. No principal ranking internacional de universidades, o Brasil ficou
sem nenhuma representante entre as 200 melhores do mundo.
A inexistência de universidades competitivas diz muito sobre
o país que pretendemos construir. A educação não é uma ilha isolada. Deveria
estar inserida em um contexto que aposta na formação dos nossos cidadãos, em
novas matrizes de produção, no incremento da inovação e no uso intensivo de
tecnologias de ponta.
Aqui se instala o grande desafio a ser enfrentado: a nossa
juventude não pode mais esperar que a educação de qualidade saia do papel e das
promessas, da mesma forma que o país não pode continuar aguardando eternamente
as condições necessárias para realizar o grande salto no seu processo de
desenvolvimento.
O país que almeja conquistar um lugar de destaque no mundo
precisa aumentar a sua competitividade e a autonomia da sua população. Ao não
se inserir no mercado, toda uma geração corre o risco de não conseguir romper
com limites hoje conhecidos, perpetuando ciclos de pobreza e desigualdade.
Essa realidade é injusta com o país. E é injusta, sobretudo,
com milhões de brasileiros.”
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