O senador Aécio Neves (PSDB) criticou o governo federal
nesta sexta-feira, 27, durante entrevista coletiva em Curitiba (PR), na
abertura do encontro regional do PSDB no Sul. Acompanhado do governador Beto
Richa e de outros líderes partidários, Aécio disse que a presidente Dilma
precisa governar ao invés fazer "marketing".
Questionado sobre os números da pesquisa Ibope que o apontam
como terceiro colocado, atrás da presidente e de Marina Silva, ainda sem
partido, o pré candidato para 2014 pelo PSDB, Aecio Neves alegou ser natural a
presidente estar na frente por aparecer a todo o momento na imprensa.
"O dado que me parece relevante é de que 60 a 65% da
população brasileira não quer votar na atual presidente da República, mesmo ela
tendo uma exposição diária, na mídia, quase com uma lavagem cerebral, nós temos
uma candidata a presidente "fulltime", marketing. O que eu percebo é
um sentimento que divido com vários companheiros. O candidato que chegar no
segundo turno será vitorioso, o ciclo do PT será encerrado."
Em relação aos novos partidos PROS e Solidariedade, Aécio
Neves afirmou que não houve nenhum tipo de entendimento com eles, ainda que o
partido Solidariedade, comandado pelo ex- deputado federal tucano Fernando
Francischini no Paraná, já converse com Beto Richa, candidato à reeleição no
Estado. Ele lamentou o que está acontecendo com a Rede, de Marina, que ainda
tenta o registro no TSE, e chamou o PT de "truculento", na relação
partidária.
"Sempre fomos contra a portabilidade, fomos contra
também à cláusula de barreiras, mas o governo federal estimulou a criação, a
desidratação dos partidos de oposição e o que nós defendemos é que é preciso
que haja a isonomia. A Rede, nós esperamos, possa alcançar os requisitos legais
para que possa estar no jogo político. Acho que o País merece ter uma Marina
Silva e um Eduardo Campos. O governo parece querer ganhar por WO por causa da
truculência que usa, jamais vista no Brasil. A prioridade do PSDB é falar mais
com a sociedade brasileira, é mais do que buscar alianças partidárias",
disse.
Aécio também criticou o que ele considera a administração da
pobreza pelo PT. "O Pnad/taxa de alfabetismo deixou de cair, a
desigualdade estagnou. São dados extremamente preocupantes, um equívoco na
interpretação do PT. O PT, ao meu ver, se satisfaz na administração da pobreza
e se preocupa pouco na sua superação. Nós não somos contra o Bolsa-Família e no
governo do PSDB o Bolsa Família não vai acabar. O Bolsa-Família para o PSDB é
um começo, mas para o PT é o ponto final", disse.
Com relação ao mensalão em Minas Gerais, que já teve sua
primeira condenação nesta semana, Aecio Neves alegou "não conhecer muito e
não ser a pessoa apropriada para comentar".
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