Possível adversário da presidente Dilma Rousseff e do
senador Aécio Neves (PSDB-MG) nas eleições presidenciais de 2014, o governador
de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, admitiu nesta
quinta-feira(03) a possibilidade de dividir palanques nos Estados com outros
candidatos. O socialista foi questionado sobre a aliança que seu partido mantém
com os tucanos em Minas Gerais, reduto eleitoral de Aecio Neves, mas afirmou
que é provável que ocorra "a experiência de palanque duplo em vários Estados".
"As dinâmicas regionais vão indicar isso. Já tivemos
nas eleições de 2010, de 2006, de 2002. Não tem força no mundo que consiga
evitar que aconteça em vários estados", afirmou o governador, ao lado do
prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, cotado para disputar o governo
mineiro, apesar de negar a intenção de se candidatar. Lacerda foi eleito em
2008 com apoio do PT e do PSDB e reeleito ano passado em campanha capitaneada
por Aécio Neves, após romper com os petistas.
Eduardo Campos esteve nesta quinta em Belo Horizonte para
filiação do presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, ao PSB. O evento teve
direito a claque e, além de socialistas, contou com vários integrantes da
Galoucura, torcida organizada do time mineiro. O próprio Kalil é cotado para
disputar uma vaga no Senado, mas o cartola disse apenas que "não é dono da
própria candidatura". "Vou ser liderado. Eu que liderei tanto tempo
agora tenho uma liderança", disse.
Caso Lacerda mantenha a posição de não participar da disputa
estadual, Eduardo Campos confirmou a possibilidade de a legenda apoiar
candidato de outro partido em Minas, desde que esse apoio "também"
garanta palanque no Estado para a candidatura do próprio pernambucano, que
confirmou a afinidade com Aécio Neves, mas negou qualquer "pacto"
prévio com o tucano para as eleições do ano que vem.
"Nós temos hoje uma aliança que reelegeu o prefeito
Marcio, que esteve na base de sustentação e na reeleição do governador
(Antonio) Anastasia e é nesse campo que vamos conversar. Só que agora não se
trata mais de reeleição. É um quadro novo. Não tem decisão tomada sobre o jogo
de 2014. Nem o PSDB sabe ainda quem é o candidato", observou. "Se os
interesses forem colocados numa candidatura que não seja do nosso partido,
podemos apoiar. Agora, pelo tamanho do PSB, (a legenda) vai ter que estar nessa
(chapa) majoritária", completou o governador, que também não descartou
manter negociações com o PT, apesar de os socialistas terem entregado os cargos
que tinham no governo federal. "Conversa a gente não descarta com ninguém.
Até com adversário a gente deve conversar", disse.
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